sábado, outubro 29, 2011

A mídia e seu papel na educação alimentar

É indiscutível a importância que assumem os meios de comunicação num mundo globalizado, quer seja auxiliando na construção de uma sociedade mais justa quer seja contribuindo para relações de poder assimétricas. Essa mediação mediática alcança o campo da saúde. Sem sombra de dúvidas, questão importante da esfera pública, as discussões em torno da saúde, dependem do nível de informação repassado pelos meios. Nos países em desenvolvimento, plenos de carências de toda ordem, os meios de comunicação podem atuar como disseminadores de estratégias direcionadas à melhoria da saúde pública. De fato, nesses países, a saúde como parte da agenda midiática ganha espaço, seja no jornal, no rádio, na TV e mais recentemente na Internet. No nosso meio é inegável a profusão de informações sobre o tema, entretanto, a eficácia de tal prática não resiste a uma reflexão mais objetiva quanto à qualidade de vida da população. Neste trabalho reflito sobre a responsabilidade governamental no que tange ao item alimentação e percorro as notícias do citado caderno no sentido de relacionar o conteúdo e a forma de apresentação das informações.
Defendo a alimentação como um tópico, essencial, senão o primeiro, para a preservação da saúde e prevenção de doenças. No entanto, em uma visão distorcida e fragmentada da comunicação para a saúde existente na mídia, a questão alimentar quase não está presente e quando aparece, o faz sob o enfoque da espetacularização. Reportagens, principalmente televisivas, apresentam alimentos redentores, promotores da cura de uma infinidade de males. Não obstante, em pouco tempo, o próprio discurso midiático os “demoniza”, criando uma roda viva na qual a desinformação faz sua morada. A notícia espetacularizada gera confusão para o receptor que, sem condições de criar um discernimento crítico, é estimulado ao uso inadequado de alimentos favorecendo a uma indústria alimentícia descompromissada com a saúde da população. A repercussão do hábito alimentar negativo acarreta um maior grau de adoecimento, “prato cheio”, para a indústria farmacêutica. A população é duplamente apenada, pelo baixo grau de vitalidade e pelo alto custo da saúde.
Por: Erotilde Honório Silva – Prof. Titular da  Universidade de Fortaleza- UNIFOR.


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